Quarta-feira, 27 de Abril de 2005
(
pintura de R.R.)
Peguei na tela, nos pinceis, na tinta, e desenhei o cenário onde me apetece estar.
O cenário que me apetece ver.
Vejo o meu sol, e a minha lua, próximos, tão próximos.
Analisei o que isto representa para mim, e a minha personalidade.
Concluo, que sou alegre, mas com um lado misterioso, que nem eu própria conheço.
A minha alegria é maior que o meu lado misterioso, ou o sol, não seria tão grande.
Mas o lado misterioso está cá, e não é pequeno...ou a lua não seria assim!
Estou confusa.
Vou para a minha janela privativa, analisar melhor...
Adoro, quando adormeces plácidamente, ao meu lado.
Num abandono de criança
Adoro, quando acordas despenteado.
No desleixo do acordar.
Adoro, quando cantas no chuveiro.
Assustando quem te ouve.
Adoro quando te delicias com as coisas que faço.
São mesmo só para ti.
Adoro quando me olhas com "aquele" olhar.
Sei que é só meu.
Adoro quando me pedes desculpa.
Sei que és verdadeiro.
Adoro quando me abraças.
Mesmo sem o beijo.
Adoro quando danças comigo.
E me levas na tua nuvem.
Adoro quando partilhamos.
O mesmo morango...
A vida tem marcadas, as pegadas de quem passa por ela.
A vida, faz-se e desfaz-se, ao sabor do fado.
A vida, é fugaz, escorrega-nos das mãos.
Moldamos a vida constantemente, para que tenha, a forma que desejamos.
A vida...parece areia!
Terça-feira, 26 de Abril de 2005
As ondas rebentam na areia, molhando-me os pés.
O mar, ouve-me, falo-lhe de ti.
Deixo os grãos de areia, escorrerem-me por entre os dedos, distraídamente.
O sol, deita-se no horizonte.
Mais um dia que termina, um dia de esperança a menos.
A vida passa, hora a hora, minuto a minuto, escoando-se no tempo.
A areia, foge por entre os meus dedos...
Como tu!
E tal como as ondas que morrem na areia, jamais voltando ao mar, também o nosso amor, se vai perdendo, todos os dias, um pouco.
Acorda!
Ainda vamos a tempo, de impedir que rebente na areia...
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Estou entre dois mundos. O meu, e o teu.
Não sei qual escolher...
Se escolher o meu, serei livre, voarei até onde os meus sonhos e desejos me levarem. Mas não terei o teu sorriso, o teu beijo, e os teus olhos!
Se escolher o teu, terei o teu sorriso, o teu beijo, os teus olhos. Mas não terei asas!
Que mundo hei-de escolher?
O teu sorriso, ou o meu voo?
Queria ficar com os dois...
Segunda-feira, 25 de Abril de 2005
Olho a gaivota.Parece que me acena.
Sigo-a com o olhar, pousou num barco.
Chama-me! Desta vez tenho a certeza.
O meu pensamento vai ao seu encontro, e voam juntos, bem alto, e para bem longe deste lugar.
Agora, vejo o mundo com outros olhos...
Um dia, montei um cavalo alado.
Levou-me a conhecer o universo, e as suas maravilhas.
Dessa viagem, trouxe a mais bela recordação, que encontrei:
Tu!
Meu Deus, faz hoje trinta e um anos!
Recordo perfeitamente este dia.
Preparava-me para ir p'ra escola, e estrear umas sandálias da "moda"!! Tinha oito anos.
A minha mãe estava assustadíssima, e não me deixou ir. Fiquei triste! Aquelas sandálias, eram o supra sumo da época! Eu queria "botar" figura!
Mas não pôde ser. Fiquei em casa, atenta , tentando perceber do alto dos meus oito anos, o que se estava a passar! Escusado será dizer que na altura, não percebi nada...pese os esforços do meu pai, em explicar-me!
Morava muito perto dos comandos da Amadora, e dizia-se que havia canhões apontados aquela zona. Se havia, nunca foram disparados, felizmente!
E assim, a revolução deu-se sem acidentes. O grito de "guerra" foi lindo, "E depois do adeus", aquele belo poema de José Niza, aquela linda melodia de José Calvário, magnificamente interpretada pelo Paulo de Carvalho. Lembro-me como se fosse hoje!
E depois, as armas, não dispararam balas; mas sim, cravos vermelhos!
Portugal renasceu!
Passaram trinta e um anos, e apesar de ter ficado um pouco decepcionada, com o rumo que o país levou desde então, ainda clamo: Viva o 25 de Abril! 25 de Abril, sempre!
Domingo, 24 de Abril de 2005
As tábuas do soalho, rangem sob os teus pés. Olho para o relógio, é tarde, muito tarde.
Finjo um sono profundo, é tudo o que posso fazer.
Sinto o cheiro. Aquele cheiro que não é teu, não é nosso.
As tuas mãos em mim, são como facas, doem-me!
Não sinto nada...já nem sinto, sequer!
Tambem não choro, sequei!
Já nada importa.
Aqui estou inerte, esperando que adormeças, esperando , esperando...
Amanhã, as tábuas do soalho irão ranger de novo.
Mas irão ranger sob outros pés que não os teus!
Amanhã...
Quinta-feira, 21 de Abril de 2005
"O verdadeiro vencedor, não é aquele que compete com outros e ganha.
Mas sim, aquele que compete consigo próprio, e sai vencedor!"
(
Dale Canagie)