Estava cansado. Sabia que não podia continuar assim. Saiu de manhã bem cedo. Bica e rissol no café da esquina. Um cigarro para ajudar a reflectir. Anos gastos. Concluiu que não tinha nada. Nada a perder. Decidiu que este iria ser um dia diferente. Um dia de libertação. Queria começar uma nova vida. Longe dali. Longe de tudo e de todos. A estrada estava congestionada. A chuva turvava-lhe a visão. Accionou os limpa-vidros. Ligou o rádio. Ouviu aquela música. O calor do ar condicionado embalou-o. Desviou-se do rumo que levava. Entrou na auto-estrada. Percorreu quilómetros sem se dar conta. O dia estava a ser diferente. Não se apercebeu de nada. Uma sombra negra. Um estrondo. Uma pequena dor na cabeça. Sentiu que todo o ar lhe fugia. Uma paz infinita. Partiu para longe. Para muito longe. Longe de tudo e de todos.
De margarida_rr a 20 de Fevereiro de 2006 às 00:02
Amiga querida...infelizmente não é ficção. Estive para não escrever nada, mas tinha de o fazer. É a vida...agora estamos vivos, amanhã poderemos não estar.Beijo grande pra ti!/Bapsi Alexandra, nestas coisas nunca sabemos o que dizer...eu, por não ter conseguido articular palavras, resolvi escrevê-las!Beijo pra ti! :o)